A presidente Dilma Rousseff (PT) reiterou várias vezes, durante pronunciamento na última segunda-feira (18) no Palácio do Planalto, que se sente injustiçada com a decisão da Câmara dos Deputados sobre o prosseguimento do processo de impeachment ao qual responde. Por 367 votos a 137, os deputados aprovaram neste domingo (17) autorizar a abertura do processo no Senado, instância responsável por julgar se a presidente cometeu crime de responsabilidade. De acordo com o G1, Dilma afirmou que se sente injustiçada, entre outras razões, porque a sessão da Câmara foi presidida por alguém que é acusado de ter contas ilegalmente no exterior, em referência ao deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ). “Também me sinto injustiçada por não permitirem nos últimos 15 meses que eu tenha governado num clima de estabilidade política”, declarou. De acordo com a presidente, a injustiça também é praticada porque, segundo afirmou, não cometeu crime de responsabilidade e devido a um suposto tratamento diferenciado. “Não há crime de responsabilidade. Os atos pelos quais eles me acusam foram praticados por outros presidentes da República antes de mim e não foram caracterizados como atos ilegais ou criminosos”, declarou. Ela destacou, porém, que não se sente desanimada e que não vai se abater nem se deixar paralisar. “Tenho ânimo, força e coragem para enfrentar – apesar de, com sentimento de muita tristeza – essa injustiça”, disse a presidente.