O governo enviará o projeto da Lei de Diretrizes Orçamentárias (PLDO) de 2017 ao Congresso Nacional nesta sexta-feira (15) com um mecanismo que permitirá um novo rombo nas contas públicas no ano que vem. Se a proposta for aprovada pelo Legislativo, esse será o quarto ano seguido com as contas no vermelho. Também haverá um mecanismo com um abatimento sobre a meta, o que permitirá, na prática, um novo rombo nas contas públicas, que pode chegar a cerca de R$ 65 bilhões em 2017. Analistas, porém, já veem um déficit de mais de R$ 100 bilhões no ano que vem. Em 2014, as contas do governo tiveram um déficit primário de R$ 17,24 bilhões e, no ano passado, com o pagamento das chamadas "pedaladas fiscais" - valores que o governo devia para bancos públicos e para o FGTS - o rombo atingiu o patamar recorde de R$ 114,9 bilhões. Para o ano de 2016, o governo já pediu autorização ao Congresso para um resultado negativo de R$ 96,6 bilhões em suas contas. De acordo com as estimativas dos economistas dos bancos, ouvidos pelo Banco Central em pesquisa com mais de 100 instituições financeiras, as contas públicas voltarão ao azul somente em 2019. Para o FMI, a situação será pior ainda, com o retorno de superávits primários somente em 2020.