O vice-presidente Michel Temer (PMDB) classifica como golpe qualquer medida que rompa com o previsto na Constituição e afirma que a Carta não prevê eleições gerais. Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, o peemedebista rejeita as acusações do Planalto de que tenha “conspirado” pela queda da presidente Dilma Rousseff (PT) e diz que, “por força do diálogo, coletivamente, tiraremos o país da crise”. Perguntado se estaria preparado para ser presidente da República, o vice-presidente disse que prefere aguardar o que a Câmara e o Senado decidirem. “Evidentemente que, sem ser pretensioso, mas muito modestamente, devo dizer que eu tenho uma vida pública já com muita experiência. Se o destino me levar para essa função, e mais uma vez eu digo que eu devo aguardar os acontecimentos, é claro que estarei preparado porque o que pauta a minha atividade é exatamente o diálogo”, afirmou. Quanto à hipótese de renúncia, levantada pelo ministro Jaques Wagner, Temer descartou completamente a possibilidade. Por fim, sobre a gravação de um áudio em que o vice-presidente faz um discurso de posse, ele declarou que foi aconselhado por amigos de que deveria se preparar para essa hipótese. “Instado por amigos meus, que me disseram "Você precisa se preparar”. E daí, me explico, mais uma vez, eu disse: "Olha, eu vou fazer o seguinte, eu vou gravar uma coisa que, em tese, eu falarei, se, em tese, acontecer alguma coisa, e até peço que depois nós possamos burilar essas sentenças e essas palavras". E fiz uma gravação, e em vez de mandar para um amigo (risadas), equivocadamente, mandei para um grupo de deputados e vazou alguma coisa, que não tem importância nenhuma, porque o conteúdo daquilo que eu disse eu já havia dito no passado e continuarei dizendo em qualquer momento, porque acho que é disso que o país precisa”, concluiu.