A defesa do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), entrou na noite de terça-feira (5) no Conselho de Ética com um pedido para anular todas as testemunhas de acusação arroladas pelo relator do seu caso, Marcos Rogério (DEM-RO). Alvo da Operação Lava Jato, Cunha é investigado no colegiado pela suspeita de manter contas bancárias secretas no exterior e de ter mentido sobre a existência delas em depoimento à CPI da Petrobras no ano passado. De acordo com o G1, o advogado dele, Marcelo Nobre, alega que essas testemunhas são beneficiárias de um acordo de delação premiada e irão apenas confirmar as suas teses. Ele argumenta também que os depoimentos deles não têm relação direta com o objeto alvo de investigação no conselho, que é a suposta existência de contas. O depoimento da primeira testemunha está previsto para a manhã desta quinta-feira (7). O colegiado deverá ouvir o doleiro Leonardo Meirelles, ex-sócio de Alberto Youssef e que entregou ao Ministério Público comprovantes de depósitos de propinas pagas no exterior para políticos suspeitos de terem se beneficiado do esquema de corrupção da Petrobras. Além do cancelamento da sessão para ouvir Meirelles, a defesa de Cunha também quer cancelar os depoimentos, que ainda não foram marcados, do doleiro Alberto Youssef, do empresário Júlio Camargo, dos lobistas que seriam ligados ao PMDB Fernando Soares, conhecido como Fernando Baiano, e João Augusto Henriques, do ex-gerente da Petrobras Eduardo Musa e dos empresários Ricardo Pernambuco e Ricardo Pernambuco Júnior, donos da empreiteira Carioca Engenharia.