Em discurso de mais de uma hora a sindicalistas de São Paulo, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse que pretende ajudar a presidenta Dilma Rousseff (PT) em seu governo, mesmo sem ser ministro, que é preciso defender a democracia no país e evitar o que ele chamou de golpe contra o atual governo. “Nem que seja a última coisa que eu faça na vida, vou ajudar a Dilma a governar esse país com a decência que o povo merece”, disse o ex-presidente em evento organizado pelas centrais sindicais na Casa de Portugal. O evento, segundo as entidades, foi convocado para defender “a democracia e o Estado de Direito” e contra o processo de impeachment da presidenta Dilma. Durante o discurso, o ex-presidente também disse que a questão econômica será resolvida, mas que é preciso lutar o mais rápido possível contra o que ele chamou de golpe contra o governo Dilma. “É golpe. Não tem outra palavra. Esse país não pode aceitar o golpe. A economia a gente resolve amanhã, mas evitar o golpe é hoje”. Segundo ele, a crise que o país enfrenta hoje será resolvida com a ajuda do povo. “Este país é tão extraordinário, com povo tão extraordinário que quem pode ajudar a resolver a crise desse país é o povo”. O ex-presidente defendeu Dilma e disse que não há razões que justifiquem o impeachment da presidenta. “Não existe nenhuma razão para o impeachment. Se juntarem 800 juristas verão que não há nenhuma razão, nenhum fato”. Para Lula, as pessoas estão sendo condenadas “pelas manchetes de jornais antes de serem julgadas”.