A força-tarefa da Operação Lava Jato aponta Marcelo Odebrecht como o comandante do esquema de propinas dentro da construtora da qual ele é dono. Em entrevista coletiva realizada na manhã desta terça-feira (22), a procuradora Laura Gonçalves Tessler afirmou que mesmo de dentro da prisão ele controlava os pagamentos. "Chega a ser de certa forma assustador. Mesmo com a prisão de Marcelo, teve-se a ousadia de continuar o pagamento de propina em detrimento do poder público", afirmou a procuradora na sede da Polícia Federal em Curitiba. “A nosso ver não há qualquer dúvida da participação pessoal de Marcelo Bahia Odebrecht, não só no sentido de ter conhecimento, mas também de pessoalmente agir para pedir o pagamento a terceiros”, reforçou a delegada Renata da Silva Rodrigues. As investigações apontam que existia uma área dentro da construtora, chamada de 'Setor de Operações Estruturadas', que funcionava como uma estrutura profissional para o pagamento de propina. Ela funcionou até novembro do ano passado e tinha funcionários dedicados exclusivamente a ela. Segundo a força-tarefa da Lava Jato, o pagamento de propinas não se restringia a obras da Petrobras e inclui serviçospara o governo federal, além de governos estaduais e municipais. O esquema de vantagens indevidas também é investigado na contrução do estádio do Corinthians, usado na Copa do Mundo de 2014, de uma rodovia no Rio Grande do Sul e do metrô no Rio de Janeiro.