A comunidade do Espinheiro e adjacências, em Brumado, está há mais de um mês sem receber água da Operação Pipa do Exército Brasileiro. A justificativa para isso é a instalação da canalização da rede da Empresa Baiana de Águas e Saneamento (Embasa), que ao ser concluída fez a localidade sair do eixo de abastecimento da Operação. Entretanto, mesmo com os relógios da Empresa instalados nas residências, as famílias estão com as caixas secas, sem água. Em entrevista ao site Brumado Notícias, o senhor Laurito Castro Mirante, morador na comunidade, narrou sobre o sofrimento que as famílias do Espinheiro passam para conseguir água. “A nossa canalização foi a primeira a ser instalada, fizeram o teste, mas nos disseram que teríamos que esperar ligar primeiro a água de Malhada de Pedras, para depois ligar a nossa. Desde o mês de julho ligaram a de Malhada, mas a nossa até agora nada. Eles garantiram que assim que ligassem a nossa também seria ligada o quanto antes, mas estão nessa enrola”, contou Laurito. O lavrador afirmou ainda que passa duas horas por dia buscando água com a carroça na casa de parentes e amigos.
“Antes a gente ainda recebia meio caminhão d’água para duas famílias, mas quando falou que chegou água no Espinheiro a Operação Pipa parou de vir. Então nem operação pipa e nem água na torneira, não temos água aqui pra nada. Tenho um relógio enfeitando a frente da minha casa, mas se eu quiser água tenho que amarrar minha mula na carroça e ir buscar nas casas dos parentes e dos amigos na Vila Presidente Vargas, e na Passagem de Pedras”, afirmou Mirante, acrescentando ainda que se preocupa com a saúde de sua família, já que está difícil manter a higienização e limpeza da casa. “Aqui tem que ser assim, o pouquinho que sobrar das outras coisas a gente junta pra jogar no vaso e isso quando sobra, já faz tempo que minha esposa não sabe o que é lavar uma roupa, tá tudo tumultuada no cesto”, lamentou. Laurito, além de buscar água para a família - composta por cinco membros, ainda tem que cavar no leito do rio seco para providenciar água para a mula que puxa a carroça, a qual sustenta ele e seus familiares. Outras comunidades como Arrasta Pé, Queimada Grande, Cachoeira, Lagoa Redonda e Campo Seco Velho passam pela mesma situação do Espinheiro, estão com a canalização da Embasa, mas sem água nas torneiras.