Dois homens, identificados como Lima Cardoso e Valter Lopes os Santos, foram condenados pela Subseção Judiciária de Vitória da Conquista por prática de trabalho escravo. A partir de uma ação penal movida pelo Ministério Público Federal (MPF), o juiz Fábio Stief Marmund condenou o proprietário e o gerente da fazenda a seis e três anos de prisão, respectivamente. Os réus também foram condenados a pagar 60 e 20 dias multa. Segundo consta no processo, fiscais do trabalho encontraram na Fazenda Sítio Novo, zona rural de Vitória da Conquista, 26 pessoas que trabalhavam em regime de escravidão. Nenhum dos trabalhadores tinha carteira assinada ou qualquer documento de vínculo de emprego. A jornada de trabalho ia das 7h às 18h com intervalo para alimentação entre meia e uma hora. O MPF afirma que, para plantação de 180 mil pés de café, seria necessária a contratação de aproximadamente 150 trabalhadores. Eles ainda trabalhavam sem equipamentos de proteção, em temperaturas que variavam entre 10 e 16º ou à insolação excessiva. Nos alojamentos, não havia água, sanitários ou abrigos. Para o juiz, os réus privaram os trabalhadores de direitos fundamentais e as práticas configuravam “ofensa clara à dignidade humana, passível de punição”.