Por duas vezes (aqui e aqui), o site Brumado Notícias registrou a luta da costureira Maria Luiza dos Santos, moradora do Bairro Santa Tereza, em Brumado, que busca com recursos próprios manter 30 cães e 40 gatos, que foram retirados por ela das ruas da cidade. Desta vez, a costureira está acusando o ex-prefeito Eduardo Lima Vasconcelos (PSB) de tentar invadir a propriedade onde mantém os animais, localizada em frente à Uneb, na Avenida Lindolpho Azevedo de Brito, juntamente com o coordenador da Vigilância Epidemiológica do Município (Vigep), Fábio Azevedo, a fim de desabrigar os animais. A costureira disse a nossa reportagem que estranhou a atitude do ex-prefeito, uma vez que há meses ele se mostrou solidário à causa e até ofereceu um imóvel para abrigar os animais recolhidos. A mulher declarou que discutiu com Vasconcelos quando ele mencionou que os animais são um mal para a vizinhança na localidade. “Ele disse que os animais estavam contaminando o bairro, aí eu respondi que ele era a verdadeira contaminação por aqui”, relatou a criadora, que retirou os animais que estavam na propriedade do ex-gestor e os abrigou em uma casa no Bairro São José. Nossa reportagem também ouviu Eduardo e ele negou ter invadido a propriedade, mas apenas foi apresentar o local ao coordenador de endemias. Ele rebateu as acusações alegando que os cães estão doentes por conta da falta de cuidados.
Vasconcelos ainda criticou o governo e o Ministério Público por não darem à devida atenção a situação. “Não invadi nada. A vigilância sanitária me procurou para saber onde ficaria o criatório e eu fui mostrar. Penso eu que qualquer cidadão brumadense faria isso. Os cachorros estão pestilentos e são uma ameaça a saúde pública. Ela não tem condições de cuidar dos animais e não tem recebido o devido apoio, seja do poder público ou da sociedade, e com isso vem colocando em risco a saúde da própria família e da comunidade. Isso se dá pela incompetência do governo que não envia um kit para os agentes de endemias fazerem o controle do calazar e também pela falta de competência do Ministério Público, que não toma uma providência para cuidar desse tipo de coisa. Isso aqui só pode ser o mundo de Dilma e Eduardo Cunha, onde o cidadão de bem tenta fazer o bem para a sociedade e é condenado por tentar proteger a saúde pública”, disparou o ex-prefeito. Em contrapartida, o coordenador de endemias Fábio Azevedo afirmou que não teve acesso ao local onde os animais são mantidos e disse desconhecer se os animais são acompanhados por uma veterinária. “São animais que foram retirados das ruas e podem sim oferecer algum risco a saúde não apenas da família, mas como da vizinhança caso não estejam recebendo os devidos cuidados veterinários”, completou Azevedo. O coordenador não mencionou qual medida o órgão irá adotar diante do caso.