Como unidade mais avançada para casos de média complexidade e semi-intensiva, o Hospital Professor Magalhães Neto (HPMN), em Brumado, tornou-se referência na microrregião. Em entrevista ao site Brumado Notícias, o médico Rafael Vilela Reis disse que há uma sobrecarga na unidade por conta da falta de estrutura nos demais municípios da região, que acabam enviando pacientes de casos simples para o hospital. Segundo ele, a cidade está sustentando a saúde dos municípios vizinhos sem ser devidamente assistida pelo Estado e ou pela União, e acima de tudo, sem receber uma contrapartida das prefeituras da região. O médico relatou ainda que 60% dos atendimentos realizados na unidade de saúde são de pacientes de outras localidades em busca de consultas de ambulatório. “São pacientes fora da regulação e da pactuação da saúde, que, na falta de estrutura de suas cidades, sobrecarregam o hospital de Brumado por conta de atendimentos simples, que poderiam ser feitos em qualquer unidade básica de saúde”, reiterou.

Reis denunciou que muitos desses pacientes chegam em carros oficiais e em carros particulares orientados por servidores da saúde de seus municípios. “Se fosse só a população local, o hospital teria atendimento de excelência, mas o município está absorvendo a demanda de toda a região. Ao invés de se fazer 100 atendimentos em uma manhã, são feitos 250, o que onera o hospital e sobrecarrega os profissionais que não conseguem manter uma qualidade de excelência no atendimento”, destacou o médico, apontando que a situação leva a irritação dos pacientes com os enfermeiros e servidores da unidade. Reis prevê um efeito pior ao declarar que “do jeito como se encontra, o município não conseguirá manter sozinho os atendimentos e a demanda do HPMN e tão logo, assim como está acontecendo com o Hospital de Base em Vitória da Conquista, o hospital de Brumado também entrará em colapso”, alertou ele.