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Uma em cada 88 crianças nascidas é autista
Foto: Reprodução

A diretora do Movimento Orgulho Autista Brasil (Moab), Tatiana Roque, disse em audiência sobre o autismo realizada na Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH) que o número de pessoas atingidas com a síndrome cresce a cada ano. Segundo ela, em 1990, era um caso para cada 2,5 mil crianças nascidas. Hoje, a estimativa é de uma criança para cada 88 nascidas. No Brasil, não há estatística oficial, mas estima-se que existem 2 milhões de autistas no país. O autismo é uma síndrome comportamental complexa que atinge três áreas: dificuldade de socialização, atraso na linguagem e alterações no comportamento, com movimentos repetitivos e restritivos. O transtorno atinge de forma diferenciada cada autista, que tem níveis distintos de comprometimento - leve, moderado ou grave - e por isso precisa de atendimento diferenciado. Lívia Magalhães, diretora jurídica do Moab, explicou que a chamada Lei Berenice Piana, que criou a política de atendimento aos autistas, permitiu o reconhecimento dos portadores da síndrome como pessoas com deficiência, mas não é aplicada na íntegra. O decreto que regulamenta a lei instituiu que os tratamentos aos autistas sejam feitos nos Centros de Atenção Psicossocial (CAPs), do Sistema Único de Saúde, que são responsáveis pelos tratamentos de pessoas com todos os tipos de transtornos mentais. Para Lívia, esses locais são inadequados pela falta de estrutura física e profissional, sem tratamento multidisciplinar que os autistas merecem. Ambas cobraram a criação de centros especializados para atendimento aos autistas, clínicas com psiquiatras, neurologistas, fonoaudiólogos, terapeutas educacionais e ocupacionais, entre outros.

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