Centenas de operários da Ferrovia de Integração Oeste Leste (Fiol), em Brumado, paralisaram as atividades nesta quinta-feira (19) e foram às ruas cobrar da presidente Dilma Rousseff (PT) a liberação de recursos para as empresas continuarem as atividades ao longo do trecho da ferrovia. A manifestação, promovida pelo Sindicato dos Trabalhadores da Construção Pesada e Montagem Industrial do Estado da Bahia (Sintepav-BA), também ocorreu em solidariedade aos 700 trabalhadores demitidos no início da semana, no Lote I, em Ipiaú. Irailson Warneaux, vice-presidente do Sintepav, esclareceu ao site Brumado Notícias que a manifestação abrange toda a extensão da ferrovia, desde a cidade de Ipiaú até Barreiras.
O sindicalista destacou que mais de 4000 operários foram dispensados nas obras dos estaleiros em Maragogipe e que, nos últimos meses e no ritmo em que se encontra a inadimplência do governo, há um de risco mais de 5800 trabalhadores serem demitidos nos demais lotes. Irailson também cobrou um posicionamento do governador Rui Costa (PT), que, para ele, está omisso diante da situação, quando deveria buscar apoio junto ao governo federal. O sindicato aponta ainda que, além da falta de repasse por parte da Valec, ainda existe a redução no valor de R$ 1,1 bilhão destinado às obras da Fiol, que sofre corte no orçamento, restando apenas R$ 1 bilhão - valor que seria insuficiente para concluir a obra.
“Do nosso ponto de vista, a situação é catastrófica dentro dessa proposta de crescimento da economia com o escoamento de produtos através dos trilhos da Fiol. A Valec apenas diz que está fazendo um esforço para que haja o quanto antes a liberação dos recursos, mas até aqui o esforço não tem tido êxito, o que aumenta o risco de uma demissão em massa em todo o estado”, declarou o sindicalista. Em Brumado, cerca de 1200 trabalhadores fizeram uma concentração em frente ao canteiro administrativo da Valec, onde foi realizada a primeira parte da assembleia sindical, e seguiram em caminhada pelo centro comercial gritando: “trabalhadores na rua, Dilma, a culpa é sua”. Em uma segunda concentração na Praça da Igreja Matriz, os trabalhadores votaram a favor das reivindicações apresentadas pelo sindicato.