As discussões entre o vereador brumadense Weliton Lopes (SDD) e o prefeito de Guajeru, Gil Rocha (PT), a respeito da assistência à saúde nas cidades da microrregião se acirraram após o novo pronunciamento do parlamentar na noite da última segunda-feira (16). Durante sessão legislativa, Lopes disse que os gestores das cidades circunvizinhas têm sido irresponsáveis quanto à gestão da saúde em suas comunidades. Como o prefeito de Guajeru foi o único a se manifestar encaminhando um ofício ao legislativo exigindo uma retratação do vereador, o mesmo rebateu as declarações de Gil Rocha. Segundo Weliton, ele foi truculento no documento, pois está mal habituado com bajulações. Lopes disse ainda que “o prefeito é quem deveria se retratar perante seus munícipes por não estar investindo na saúde pública da cidade como deveria”. O vereador denunciou ainda que muitos pacientes, seguindo orientações das secretarias de saúde de seus municípios, estão ignorando o sistema de pactuação e regulação entre os municípios vinculados à microrregião de Brumado, superlotando o Hospital Professor Magalhães Neto. Exaltado, o parlamentar afirmou que levará o assunto ao Ministério Público Estadual. “Como os partos de Guajeru estão todos sendo realizados em Brumado, daqui a alguns anos a população daquela cidade será toda de brumadenses, ou seja, guajeruenses nascidos em Brumado, o que mostra um regresso na assistência à saúde daquele município, fruto de uma má administração”, disparou Lopes.
O presidente do legislativo, Alessandro Lôbo (PSL), preferiu não comentar as declarações do prefeito vizinho, mas endossou as palavras do colega acrescentando que “é inadmissível que pacientes de cidade vizinhas precisando de atendimentos básicos oferecidos nos postos de saúde estejam migrando para serem atendidos no hospital regional”. Quem também entrou na discussão foi o prefeito Aguiberto Lima Dias, que nesta terça-feira (17) declarou que “Brumado está pagando saúde para os demais municípios pactuados”. Em números, o prefeito esclareceu ao site Brumado Notícias que com os cortes de repasse o município assumiu uma grande fatia das despesas do setor - enquanto que a Lei de Responsabilidade Fiscal orienta os gestores a gastarem 15% da arrecadação com a saúde, a prefeitura de Brumado chegou a 27,51%, perfazendo um total de R$ 8 milhões anualmente. “Para se ter uma ideia, em 2014 foram mais de 72 mil atendimentos no hospital, sendo que nossa população é de 68 mil habitantes. Concluímos então que ou população de Brumado passou 2014 doente ou realmente os pacientes vizinhos estão sobrecarregando os nossos serviços e onerando ainda mais as nossas despesas com a saúde”, destacou Aguiberto. O prefeito explicou ainda que os repasses da saúde não são reajustados desde 2010. “Aumenta-se o custo do profissional de saúde, dos medicamentos, água, luz, mas não se aumenta o repasse para o município. Brumado está pagando não só pela saúde de seus munícipes, mas também de populares de outros municípios pactuados”, reiterou o gestor.