A sessão da Câmara de Vereadores de Brumado, realizada na noite da última segunda-feira (23), foi de debates e surpresas, até mesmo para os parlamentares e para o prefeito Aguiberto Lima Dias (SDD), que compareceu pessoalmente ao legislativo. No local, ele realizou uma reunião anterior com os vereadores a fim de convencê-los a votarem favoravelmente ao veto dos incisos I, dos §§ 4º e 5º da emenda aditiva nº 03, do projeto de lei nº 32/201, que prevê o orçamento anual para 2015, por ele encaminhado. Apesar da conversa, a votação mostrou que a casa legislativa já não está mais tão alinhada com o executivo. Ao que tudo indica, a união dos dois poderes perdeu força, como ficou comprovado com o resultado final da votação. A princípio, o encaminhamento do prefeito visava uma votação única vetando a implantação do sistema de abastecimento de água para o Distrito de Cristalândia e para o povoado de Umburana, além da pavimentação asfáltica interligando a BR-030 ao povoado de Umburanas e de Umburanas a Samambaia. No entanto, os vereadores entenderam que se tratava de projetos diferenciados e, portanto, ao invés de uma votação, foram realizadas duas votações. 

Na primeira, o prefeito teve a garantia do veto por sete votos contra seis, pois os parlamentares acataram o entendimento de que o abastecimento é de responsabilidade da Embasa, que detém a concessão e a ela compete o suprimento do abastecimento nas localidades com cobranças de tarifas. Já na segunda votação, o gestor foi “derrotado” por sete votos a seis, mesmo com a justificativa de elevado custo para a pavimentação das estradas vicinais entre as comunidades citadas. Nesse aspecto, o administrador falou sobre a impossibilidade de comprometer os recursos orçamentários e financeiros com a obrigatoriedade da obra, que, segundo ele, causaria um custo impactante no orçamento anual. Alguns parlamentares até comemoraram a votação e apontaram que o gestor não detém unanimidade no parlamento. O que deixou alguns perplexos é o fato de o gestor não conseguir ser tão influente entre os vereadores, mesmo após uma reunião em que reforçou suas justificativas. Para alguns, a situação já seria um indício negativo para as eleições do próximo ano, caso esteja pensando em reeleição.