De acordo com reportagem publicada na revista Veja nesta semana, o PT teria desviado meio bilhão de reais dos cofres da Petrobras ao longo de dez anos - o dinheiro teria sido usado, entre outras coisas, para financiar as campanhas eleitorais do partido de 2010 e 2014. Em outubro do ano passado, teve início a Operação Lava-Jato, investigação do maior esquema de corrupção da história do país. Nessa época, o ex-diretor Paulo Roberto Costa já havia admitido que contratos da Petrobras eram superfaturados para enriquecer servidores corruptos e abastecer o cofre dos principais partidos da base governista. Em novembro, exatamente um ano depois de a antiga cúpula do PT condenada no mensalão ter sido levada à cadeia, o juiz Sergio Moro decretou a prisão de executivos das maiores empreiteiras brasileiras. Na última quinta-feira (05), agentes da Polícia Federal chegaram à casa do tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, com uma ordem judicial para levá-lo à delegacia a fim de prestar esclarecimentos sobre seu envolvimento no petrolão. Os agentes apreenderam documentos, aparelhos de telefone celular e arquivos eletrônicos. Em um depoimento de cerca de três horas, o tesoureiro negou as acusações. Como parte de um acordo de delação premiada, o ex-gerente da Petrobras, Pedro Barusco, disse que o PT arrecadou, entre 2003 e 2013, de 150 milhões a 200 milhões de dólares em dinheiro roubado de noventa contratos da Petrobras. A situação do tesoureiro do PT deve se agravar nos próximos dias com o avanço das negociações para o acordo de delação premiada do empreiteiro Ricardo Pessoa, dono da construtora UTC. Pessoa coordenava “o clube do bilhão”, o grupo das empreiteiras que desfalcava a Petrobras. Vaccari recorria a ele com frequência para resolver os problemas de caixa do PT.