Diante do aumento crescente de casos de esporotricose, comumente chamada de “doença de jardineiro”, infecção causada por fungos encontrados na natureza, em Vitória da Conquista, a professora Gabriele Marisco, vinculada ao Departamento de Ciências Naturais (DCN), está desenvolvendo a pesquisa intitulada “Incidência de esporotricose no município de Vitória da Conquista (Bahia) e desenvolvimento de fitoprodutos”. O fungo causador é facilmente encontrado em solos, cascas de árvores e em madeiras. Por conta do hábito de evacuar na terra e cobrir as fezes com areia, os gatos são os animais mais afetados pela infecção. Caso seja domiciliado, todos os moradores da casa podem ser contaminados por se tratar de uma doença altamente contagiosa. De acordo com Gabriele, existe uma grande dificuldade em realizar a notificação dessa doença no município, assim como de obter dados. Nesse sentido, para o desenvolvimento da pesquisa, foi realizado um levantamento junto aos laboratórios particulares do município que diagnosticaram esporotricose nos anos de 2018 a 2023. Foram obtidos mais de 400 casos positivos. Com a coleta dos dados epidemiológicos dos últimos anos, a pretensão da pesquisa é realizar o mapa dos bairros conquistenses com maior incidência de casos, com vistas a realizar ações educativas junto à comunidade. A pesquisa também busca o desenvolvimento de fitoproduto a partir do extrato de seriguela, que tem mostrado potencial antifúngico expressivo. Segundo a pesquisadora, os testes in vitro mostraram resultados significativos de atividade antifúngica contra o microorganismo que causa a doença. Agora, a pesquisa aguarda a liberação do Comitê de Ética para iniciar os testes in vivo.