De acordo com dados do Portal da Transparência, o orçamento empenhado pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) ao Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) vem diminuindo. Em três anos, o valor despencou em 45% - de R$ 29,1 milhões empenhados em 2020 para R$ 16,1 milhões em 2023. Este ano, foram empenhados R$ 11,5 milhões no primeiro semestre, o que não permitirá ao Inmet chegar sequer ao fim de junho com seu funcionamento normal. Ao site Achei Sudoeste, o climatologista Lucas Rosalve, que atua no Departamento de Geografia da Uesb, disse que o cenário é preocupante, visto que, com a dispensa dos profissionais terceirizados, não haverá pessoal suficiente para dar continuidade a serviços básicos de previsão do tempo. Para o climatologista, essa carência de pessoal e de recursos prejudica mais intensamente a qualidade da informação do ponto de vista local porque de forma global o serviço continua funcionando. Nesse aspecto, Rosalve destacou que as atividades de agricultura e pecuária, essenciais na região, necessitam de informações precisas do ponto de vista climatológico e meteorológico. “À medida que diminuímos o número de recursos e profissionais que trabalham nessa área fica mais difícil de manter essas atividades. É preocupante de todos os pontos de vista”, avaliou. O climatologista defendeu o investimento na área, tendo em vista que o Inmet desempenha um papel fundamental no monitoramento climático e na resposta a tragédias naturais, as quais devem acontecer com mais frequência. Seus serviços, segundo afirmou, são essenciais para a coleta e análise de dados meteorológicos, fornecendo informações indispensáveis para a gestão de riscos e a tomada de decisões estratégicas, especialmente em situações adversas como a enfrentada atualmente pelo Rio Grande do Sul.