Um estudo divulgado pelo jornal o Globo mostra que a pandemia impactou o brasileiro de forma muito profunda, além do que já se sabe. Saúde mental em frangalhos, medo da covid-19 e sequelas, nesse levantamento, ficam em segundo plano, sendo trazido à tona as consequências disso tudo. Segundo os cálculos da pesquisadora Ana Amélia Camarano, do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada, graças ao alto número de mortos na pandemia - quase 700 mil no território nacional -, a redução populacional para o fim desta década foi antecipada. Além disso, o brasileiro envelheceu de forma mais apressada. Antes da pandemia, o esperado era que esse encolhimento da população ocorreria na segunda metade da década de 2030. Agora, graças ao caos gerado pela pandemia, essa população, já diminuída precocemente, também menor estará mais velha, já que um em cada quatro brasileiros será considerado idoso em 2040 - ou seja, terá 60 anos ou mais. Um dos motivos para essa diminuição é que as mulheres passaram a ter menos filhos. Se entre 1940 e 1960 elas tinham em média 6,2 filhos, hoje esse número despencou para 1,7 filho. O estudo mostra que desde o ano 2000 a taxa de natalidade está abaixo do que seria necessário para repor a população, que é de 2,1 filhos por mulher. Neste caso, como a pandemia trouxe a realidade de menos nascimentos e uma mortalidade materna sete vezes maior que a média mundial, a população fatalmente irá encolher. O jornal o Globo aponta ainda que, graças à intensa crise econômica, a estimativa aponta que daqui a 20 anos não terá sido possível erradicar a miséria, nem ter a totalidade dos adolescentes no ensino médio ou superior. O estudo foi feito com base em previsões de especialistas, que usaram como base o desempenho do país nas últimas décadas.