Na última semana, o sacerdote de matriz africana Dionata de Xangô esteve na delegacia de Brumado duas vezes para registrar violências e atos de intolerância religiosa contra a Sociedade Floresta Sagrada Alto de Xangô e o Centro Cultural Candomblé Alto de Xangô, ambos situados no Bairro Feliciano Pereira Santos. De acordo com o jornal Correio, no boletim consta danos materiais, furto, discriminação e destruição de objetos e ambientes sagrados e destruição ambiental. As violências contra o terreiro têm por trás uma disputa judicial iniciada em 2015, quando um empresário passou a reivindicar a posse da área, além de negociar a venda de terrenos para a construção do Loteamento Morada Nova. Desde meados de 2002, no entanto, as instituições religiosas possuem a posse da área, além de alvarás concedidos pela prefeitura municipal, declaração do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) e certidão de cadastro de imóvel rural. Uma liminar favorável ao terreiro foi concedida pela Justiça em 2021, determinando o embargo do loteamento e de qualquer obra. Esta, no entanto, vem sendo descumprida. “Eu estou revoltado com o que eu e meu povo de matriz africana estamos sofrendo nessa cidade. É inadmissível!”, declarou. Segundo o sacerdote, a prefeitura tem conhecimento de que o loteamento irregular, porém não toma nenhuma providência no sentido de parar as obras.