Investigado na Operação Backstage, deflagrada na manhã desta quinta-feira (11), o ex-prefeito de Palmas de Monte Alto, na região sudoeste da Bahia, Fernando Laranjeira é suspeito de crime de “rachadinha”. A prática envolve o repasse por um servidor público ou prestador de serviços da administração de parte de sua remuneração a políticos e assessores. Na mesma gestão de Laranjeira, entre 2013 e 2016, a operação apurou fraudes em pelo menos 35 licitações. Segundo Ministério Público Federal na Bahia, que faz a ação junto com a Polícia Federal, há indício de que uma construtora com sede em Sítio do Mato, no Oeste baiano, tenha faturado R$ 3,2 milhões em licitações com indícios de fraude. A mesma empresa também teria sido favorecida em ao menos 14 licitações fraudadas em três municípios da região, recebendo cerca de R$ 7 milhões. A maior quantidade dos recursos era originada do SUS [Sistema Único de Saúde] e do Fundeb [Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica].
Ainda segundo o MPF, um dos principais alvos da busca e apreensão é um escritório de contabilidade com sede em Guanambi, na mesma região. O local, segundo o MPF, “serviu, entre os anos de 2012 a 2016, como verdadeiro QG para agentes públicos e privados protagonistas de fraudes em procedimentos licitatórios e desvios de recursos públicos de quase uma dezena de municípios da região”, a exemplo de Botuporã, Palmas de Monte Alto, Iuiú e Riacho de Santana. A operação cumpre um mandado de prisão preventiva e 12 de busca e apreensão em Palmas de Monte Alto e nas cidades de Sítio do Mato, Bom Jesus da Lapa, Guanambi, Pindaí e Sebastião Laranjeiras.