Cientistas da Universidade de Oxford, no Reino Unido, anunciaram nesta segunda-feira (20) que a vacina que desenvolve contra a covid-19 é segura e apresentou uma resposta imune em quem a testou. Os resultados são das duas primeiras fases dos testes de imunização - a terceira acontece agora em vários países, inclusive o Brasil. O efeito deve ser reforçado com uma segunda dose da vacina, afirmam. Os dados são de estudo publicado na revista científica The Lancet. O estudo foi randômico, com participação de 1.077 pessoas saudáveis. Elas estavam divididas em dois grupos: 543 pessoas receberam a vacina experimental, sem saber o que estavam tomando, e outras 534 receberam uma vacina de meningite (o grupo controle). Os ensaios mostraram que a vacina foi capaz de induzir a resposta imune tanto por anticorpos como por células T até 56 dias depois da administração da dose. A vacina, desenvolvida pela universidade em parceria com a biofarmacêutica anglo-sueca AstraZeneca, é uma das opções que estão na fase três de testes, diz a Organização Mundial de Saúde (OMS). O estudo aponta que a resposta imune chamada de célula T é produzida 14 dias após uma primeira dose e os anticorpos apareceram depois de 28 dias. A segunda dose aumenta a imunidade. "Exatamente o tipo de resposta imune que esperávamos", declarou Andrew Pollard, professor de pediatria na Universidade de Oxford, falando sobre os resultados. Os efeitos colaterais constatados foram pequenos e puderam ser reduzidos com os pacientes tomando paracetamol. Entre eles estão a fadiga (em 70% dos que tomaram a vacina contra a covid-19) e dores de cabeça (em 68% dos que tomaram). Outros efeitos incluem dores muscilares, calafrios e estado febril. Outros estudos serão feitos, incluindo em grupos mais vulneráveis como idosos, para atestar a segurança. Apesar da criação da resposta imune, ela foi medida em laboratório e ainda são necessários mais testes para confirmar, de fato, se a vacina impede a infecção, esclarecem os cientistas. Isso deve acontecer na fase 3 em andamento.