Após dois meses seguidos de deflação impactados diretamente pela queda da demanda do consumo devido a crise do coronavírus, os preços no país voltaram a subir e registraram alta de 0,26% em junho, de acordo com o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), divulgado nesta sexta-feira, 10, pelo IBGE. O dado, entretanto, é menor que o esperado pelo mercado, que previa crescimento de 0,30% no período. A taxa foi influenciada pelo aumento nos preços dos combustíveis, que nos últimos meses vinham em quedas seguidas devido o choque do petróleo e a queda da demanda, e também aumento no valor dos alimentos. Com o resultado de junho, a inflação acumula alta de 0,10% em 2020. Nos últimos 12 meses, a alta é de 2,13%, bem abaixo da meta para o ano, que é de 4%. De acordo com o IBGE, dos nove grupos de produtos pesquisados, sete tiveram alta no mês, o que pode ser mais um indicativo do aumento da demanda após meses de consumo deprimido. No caso dos transportes, que subiu 0,30%, o resultado foi puxado pela alta da gasolina (3,24%) e do etanol (5,74%). Passagens aéreas amargaram mais um mês de queda nos preços (-26,01%), devido a queda no número de passageiros por causa da crise do novo coronavírus. O grupo com maior impacto do resultado do IPCA de junho foi Alimentação e bebidas (0,38%), que aumentou em relação ao resultado de maio (0,24%). Este conjunto de itens, no entanto, já vinha de uma sequência de alta, que está em parte ligada à demanda elevada durante a pandemia do Covid-19.