O Ceará registrou, pelo menos, mais 22 homicídios entre a tarde de sexta-feira (21) e a manhã deste sábado (22), em meio à paralisação de policiais no estado. Com isso, sobe para 73, no mínimo, o número total de assassinatos contabilizados no estado durante o motim dos agentes de segurança, que teve início na terça-feira (18). Neste quinto dia de movimento, batalhões em Fortaleza, na região metropolitana e no interior permanecem fechados e com PMs amotinados. Desde terça-feira, homens encapuzados que se identificam como agentes de segurança do Ceará invadiram quarteis e depredaram e esvaziaram pneus de veículos da polícia. Policiais militares reivindicam aumento salarial acima do proposto pelo governador Camilo Santana. Os assassinatos ocorridos entre a tarde de sexta-feira e a madrugada de sábado foram levantados pelo G1 em três delegacias do estado, junto a policiais nos locais dos crimes, e a partir de fontes da polícia. Dos 22 homicídios contabilizados, 15 aconteceram em Fortaleza e região metropolitana, e sete no interior. Os números mais recentes da Secretaria da Segurança do Ceará (SSPDS) se referem ao período entre 6h de quarta-feira (19) e 6h de sexta-feira (20), e apontam 51 homicídios. O balanço atualizado ainda não foi divulgado pelo órgão. A onda de violência continua apesar dos reforços na segurança com a presença de 2,5 mil soldados do Exército Brasileiro, dentro da Operação de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) decretada pelo presidente Jair Bolsonaro para o Ceará, além de 150 agentes da Força Nacional que já estão no estado para conter a crise na segurança pública após o motim de parte dos policiais militares.