Pesquisadores de uma universidade do sudoeste da Bahia desenvolveram antídoto de baixo custo para combater moscas parasitas que invadem e destroem colônias de abelhas sem ferrão. A solução homeopática foi desenvolvida no laboratório da Casa do Mel da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (Uesb). Após a pesquisa, que levou um ano, eles criaram o antídoto a partir do próprio agente causador, ou seja, o parasita. As moscas que invadem as colônias das abelhas sem ferrão podem extinguir um enxame interior em até 48 horas. “São moscas que se alimentam do alimento que a abelha coleta para sobreviver. Elas se alimentam basicamente de pólen, e elas começam a fazer a postura de ovos dentro dos próprios potes de pólen das abelhas, e se alimentam também desse pólen. Então, em questão de 24 horas, a postura já está estabelecida, e em até 48h esse enxame pode estar completamente comprometido e depenado”, explica Generosa Ribeiro, bióloga e pesquisadora da Uesb que coordenou o projeto. Segundo Generosa para fazer a solução bioterápica, é preciso seguir algumas etapas. “A solução é bem simples, de fácil acesso para todos os produtores. O criador vai coletar o parasita e vai preparar essa solução diluindo e macerando numa solução de álcool de cereais e água destilada, e fazer a diluições e dinamizações necessárias, de acordo com a metodologia que já divulgamos no site da universidade”, afirma.
Ainda segundo ela, também é possível manipular a solução homeopática. “O produtor pode chegar com os parasitas vivos, na farmácia, e solicitar do farmacêutico a preparação da solução de 4ch, que é a diluição para se usar nas caixas das abelhas”, acrescenta. O controle biológico não faz uso de substâncias nocivas ao meio ambiente e, além disso, custa apenas R$ 26. Segundo a pesquisadora, os testes já feitos em laboratório e no campo tiveram resultados positivos. “Obtivemos bastante sucesso nesses testes laboratoriais, e também já fizemos aplicação em campo e também obtivemos muito sucesso. Podemos dizer que aqui no nosso laboratório experimental, nós estamos área livre de forídeos, porque estamos usando esse bioterápico desde o ano passado”, diz. A solução já está beneficiando meliponicultores de Vitória da Conquista que são associados à Casa do Mel. Antônio Tavares é um deles. Ele mantém a criação na garagem de casa e, em dois anos e meio, ele já possui mais de 30 caixas com colmeias. Segundo ele, a produção só não é maior porque ele perdeu quatro caixas de abelhas sem ferrão para os parasitas que invadiram a produção. “No processo de divisão, pode haver essa infestação, e essa infestação leva à perde total do enxame”, disse. Com a solução bioterápica criada pelos pesquisadores da Uesb, o meliponicultor diz que agora está mais tranquilo. “Agora com certeza é mais tranquilo, é uma segurança muito maior pra gente manejar e dividir sem problemas”, afirma.