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28/Nov/2013 - 11h30

“Wagner decreta morte do Rio das Contas com aprovação da barragem do agronegócio”, diz Giba

“Wagner decreta morte do Rio das Contas com aprovação da barragem do agronegócio”, diz Giba Para o presidente do Conselho Municipal de Desenvolvimento Rural Sustentável, o governador está sendo insensível com o sertanejo. (Foto: Lay Amorim/Brumado Notícias).

Uma comitiva brumadense esteve na cidade de Abaíra no dia 21 de novembro para debater os impactos ambientais oriundos da possível construção da barragem do agronegócio na nascente do Rio das Contas, em Piatã. Na última segunda-feira (25), um relatório da audiência foi apresentado pelo presidente do Conselho Municipal de Desenvolvimento Rural Sustentável (CMDRS), Gilberto Lima Dias, o Giba, e pelo professor e sociólogo José Walter Pires durante a sessão da Câmara de Vereadores. Ambos não estão otimistas com as perspectivas caso a barragem seja construída. Para Giba, a obra irá baixar drasticamente o volume de água do Rio das Contas. “Já mataram o Rio do Antônio com a construção da Barragem do Truvisco e agora querem matar o Rio das Contas. Os idealizadores da barragem do agronegócio só apontam o bônus, mas não mostram o ônus”, declarou o presidente do CMDRS. Giba destacou ainda que o governador Jaques Wagner (PT) está sendo insensível com o sertanejo, visando apenas o lucro financeiro. “Nossa preocupação é que as secretarias de defesa do meio ambiente estão dominadas e o governador já declarou que concorda com o investimento. Estamos aqui para somar forças com a Casa Legislativa a fim de lutarmos contra esse empreendimento que ameaça o abastecimento futuro da nossa região. O governador decretou a morte do Rio das Contas com a aprovação dessa barragem”, reforçou o conselheiro. 

“Wagner decreta morte do Rio das Contas com aprovação da barragem do agronegócio”, diz Giba Para o professor José Walter, a construção da barragem é um retrocesso para o desenvolvimento regional. (Foto: Lay Amorim/Brumado Notícias).

Para o professor José Walter, a construção da barragem é um retrocesso para o desenvolvimento regional. “Se o município não empenhar, a coisa vai ficar inviável para qualquer projeto de desenvolvimento. A barragem de Cristalândia abastece Brumado e Malhada de Pedras, com projeto para abastecimento da cidade de Tanhaçu, ou seja, se tornou uma barragem para a região. E o Rio das Contas tem como fonte apenas sua nascente. O problema pode até não nos afetar agora, mas as nossas gerações futuras poderão padecer por conta dessa barragem do agronegócio”, afirmou Pires. Assim como o conselheiro, o sociólogo fez críticas ao posicionamento do governador. “Ele está saindo e deixando uma bomba para nós e para seu sucessor. Wagner passou por aqui e disse que não tinha conhecimento da dimensão do sofrimento do sertanejo com a seca e agora sai do governo deixando esse triste legado”, concluiu José Walter.

Comentários

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Adriano Lopes
Construir uma barragem próximo a nascente de um rio é certamente decretar sua morte, nem é preciso ser um estudioso do assunto pra saber disso. Espero que tamanha estupidez não se concretize.
Paulo Manoel Amorim Risério
Não podemos aceitar essa crueldade do Coronel Wagner com o povo que depende desse imprescindível recurso que sustenta a nossa vida. Essa é a chave que esse insensível governador quer fechar o seu governo para com os brumadenses. Será que líderes políticos da nossa região ainda estão juntos com esse desgovernando? Precisamos de políticos que defendam os interesses e os anseios do povo de Brumado.
Ryutaro Takahashi
Fazer uma barragem na nascente de um rio tem a grande desvantagem de captar menos água quando em excesso, isto é, quando ocorrem chuvas. Não há uma grande bacia hidrográfica na nascente. Acumulando menos água, tem menos água para ser liberado durante o período da seca. Sem normas ou leis essa barragem vai secar. Nesta região tenho observado por longos 28 anos, durante o período seco não há água suficiente para que a água escorra em seu leito. A maior parte do período seco a água não flui no leito. Um pouca abaixo há a ponta da barragem da Pedra. Só será benéfico se a barragem conseguir liberar água no período seco fazendo com que haja fluência da água no leito até a ponta da barragem da Pedra no período seco. Sem isso é cometer os mesmos erros de vários projetos, sejam para o agronegócio sejam para beneficiar a sociedade. É só olhar a situação dos últimos 3 anos da vizinha barragem na cidade de Rio de Contas no qual existe uma grande área irrigada (10.000) entre Livramento do Brumado e Dom Basílio onde hoje o desespero da maior parte dos produtores é perder o que construiu nos seus longos anos criando uma região do agronegócio.

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