A decisão do presidente Michel Temer (MDB) de acionar as forças federais para desobstruir as rodovias fez a Associação Brasileira de Caminhoneiros (Abcam) recomendar que a categoria suspenda as interdições. Segundo o presidente da entidade, José da Fonseca Lopes, a os caminhoneiros já mostraram sua força para o governo. “A Abcam, preocupada com a segurança dos caminhoneiros envolvidos, vem publicamente pedir que retirem as interdições nas rodovias, mas, mantendo as manifestações de forma pacífica, sem obstrução das vias”, diz nota assinada por Fonseca. “Já mostramos a nossa força ao governo, que nos intitularam como minoria. Conseguimos parar 25 estados brasileiros com mais de 504 interdições”. Fonseca abandonou a reunião realizada na quinta-feira no Palácio do Planalto com os ministros por dizer que não concordava com os termos da negociação. O acordo anunciado após o encontro previa desconto de 10% no diesel por 30 dias, reajustes de preços a cada 30 dias – em vez da política da atual periodicidade diária – zerar alíquota da Cide, entre outros pontos. De acordo com a Veja, o líder grevista atribuiu a atual situação de caos à ‘manifestação tardia do presidente Michel Temer, que esperou cinco dias de paralisações intensas da categoria’. “Estamos desde outubro do ano passado na expectativa de sermos ouvidos pelo governo. Emitimos novo alerta no dia 14 de maio, uma semana antes de iniciarmos os protestos”. Ele criticou a forma como Temer atacou o movimento grevista. “É lamentável saber que mesmo após tanto atraso, o presidente da República preferiu ameaçar os caminhoneiros por meio do uso das forças de segurança ao invés de atender às necessidades da categoria”. Fonseca diz que não fez acordo e mantém o pedido da Abcam pela retirada do PIS/Cofins sobre o óleo diesel.