Em menos de uma semana após a prefeitura de Brumado, com o apoio da polícia militar, impedir o avanço de uma invasão de uma área da União destinada à construção da policlínica regional, da escola de medicina e da escola do futuro, os trabalhadores rurais sem terra retornaram ao local e demarcaram a propriedade como território para plantio. Na terça-feira (12), o site Achei Sudoeste registrou um grupo numeroso de sem terras espalhado no terreno que pertence à União, com concessão de uso para a prefeitura municipal. A princípio, a área, que fica entre o campus do Ifba e a BA-148, seria destinada à construção do parque da cidade, porém o prefeito Eduardo Lima Vasconcelos mudou o projeto visando transformar a área em um polo da educação, agregando ainda a policlínica regional de saúde. Na última quinta-feira (7), representantes da prefeitura e oficiais da 34ª CIPM conseguiram dialogar com os trabalhadores rurais sem terra e o grupo abandonou o local pacificamente, carregando seus instrumentos agrícolas. Utilizando um trator e uma caçamba, a prefeitura fez a retirada dos piquetes fincados pelos sem terra para demarcar a área. Desta feita, os ruralistas desenharam as posses demarcadas com areia.
Na última semana, no momento da desapropriação, representando a categoria, um lavrador disse à nossa reportagem que a intenção da apropriação do terreno era para o plantio e não para moradia, pois os trabalhadores avaliaram que a terra é fértil, porém está ociosa, já que as prometidas obras ainda não foram iniciadas. Com a nova invasão, os projetos da prefeitura podem esbarrar nas próprias leis federais que asseguram as terras invadidas aos invasores. Por telefone a nossa reportagem, o secretário municipal de infraestrutura, André Cardoso, garantiu que o terreno continua destinado ao Município para construção das obras projetadas pela Administração. O secretário enfatizou que, no momento, os invasores apenas demarcaram o local com areia, porém, se voltarem a fincar piquetes, a prefeitura utilizará do seu poder de polícia para arrancar as demarcações. “A área é da União já destinada ao Município para executar suas obras. Dessa forma, ela não se encontra ociosa, como argumentaram, trata-se de uma área destinada ao progresso da educação e da saúde da nossa região. Então, não vamos entregar de mão beijada como se nada valesse para nós. Se são sem terra então é porque a terra não é deles e não têm esse direito de apropriação indevida”, rechaçou o secretário.