O projeto do prefeito de Brumado, Eduardo Lima Vasconcelos (PSB), de transferir as despesas de energia das bombas d’águas das comunidades rurais, atualmente pagas pela prefeitura, para as associações de moradores não repercutiu bem entre moradores e líderes comunitários. Uma comitiva representando a associação e o distrito de Ubiraçaba e as comunidades de Samambaia, Marquinhos e Lagoa do São João esteve na sessão da Câmara de Vereadores, na manhã da última sexta-feira (17). Os representantes usaram a tribuna livre para falar sobre o tema e mostrar as carências da região, as quais impossibilitam as associações de arcarem com as despesas de uso de energia para o bombeamento da água nas localidades. Em entrevista ao site Achei Sudoeste, Paulo de Carvalho Neves, presidente da associação de moradores e membro do conselho da agricultura familiar na região, declarou que a decisão do prefeito foi uma surpresa indesejada. O líder comunitário disse que a maioria dos moradores é composta de lavradores que nos últimos anos estão com extrema dificuldade de conseguir complementar a renda familiar, principalmente por causa da longa seca que castiga a região a mais de uma década.
Outro agravante, segundo o representante rural, é que boa parte das famílias que recebia o Bolsa Família perdeu o benefício e, assim, estão com mais dificuldade em conseguir o sustento do lar. Paulo Carvalho relatou a nossa reportagem que, em média, a despesa de energia com a bomba d’água da região fica em torno de R$ 1.500 e, sem empregos, sem lavouras e sem benefícios sociais, os moradores não conseguirão bancar os custos de manutenção e energia da bomba. “Nossa região está abandonada pelo poder público e vem essa decisão cruel do senhor prefeito para piorar ainda mais a nossa situação. As justificativas de desperdício por parte da administração não condizem com a nossa comunidade, então o que pedimos é que a medida seja aplicada aos que cometem os erros. A generalização vai causar danos a muitas famílias não apenas em nossa região, mas em outras onde há também uma grande carência de recursos devido à escassez de geração de renda”, disse o presidente da associação de moradores da região do Distrito de Samambaia. Aos vereadores foi solicitada a criação de projeto que exima as comunidades quanto à cobrança imposta pela prefeitura.