Após ter sido selecionado em edital público do governo do estado, o projeto Viver Arte, que já funcionava provisoriamente no galpão do Indústria Cidadã, em Brumado, passará a assumir definitivamente o local como grupo cooperativado. O projeto agrega dezenas de crianças e adolescentes através da cultura artesanal com marchetaria, materiais reciclados, metal e pintura em telas e tem despertado nos alunos o gosto pela arte. As aulas são ministradas pelo professor e pastor Mesaque Cunha. Para que o grupo se transforme em cooperativa, técnicos do Centro Público de Economia Solidária (Cesol) estiveram no local apresentando um projeto de assessoria jurídica e contábil. Os trabalhos desenvolvidos pelos alunos foram avaliados pelos técnicos, que ficaram entusiasmados com a possibilidade de crescimento do projeto. “O pessoal aqui já possui uma habilidade com qualidade de produtos excepcional. A ideia é ampliar a produção de forma coletiva”, explicou Luiz Cravo, coordenador do Cesol, em entrevista ao site Brumado Notícias.
Atual presidente da Sociedade Viver, Zilma da Soledade descreveu que há muito tempo se cogitava a expansão do projeto, que atua como uma organização sem fins lucrativos, visando apenas a profissionalização dos alunos. Zilma disse ainda que como cooperativa o projeto Viver Arte poderá agregar também os artesãos em atividade no município, o que segundo ela fortalecerá tanto a cooperativa quanto os autônomos. “Agora nós temos um incentivo a mais para continuarmos trabalhando. Desde o início nosso objetivo foi atender o lado social, mas o mesmo está colhendo o lado comercial como fruto do bom trabalho desenvolvido”, afirmou ela. A presidente da associação aposta no cooperativismo do projeto como um dos braços sociais no combate à influência das drogas sobre os jovens. “Temos muitas crianças ociosas aqui em Brumado, reféns das drogas, e acreditamos que recuperar é mais difícil. Então nossa proposta é prevenir através da cultura artesanal e da convivência salutar em grupo. Aqui eles estão aprendendo uma profissão e futuramente serão honrados pelo trabalho das próprias mãos. Posso dizer que estamos reunindo arte, lazer, cultura, amizade e profissionalismo dentro de uma mesma mentalidade. Um dia vamos passar, mas a nossa arte continuará como legado para as novas gerações”, concluiu Zilma da Soledade.