Na noite da última segunda-feira (30) foi realizada a assembleia de criação da Auditoria Pública Cidadã Baiana (Aucib) em Brumado. O órgão não governamental tem como objetivo atuar como agente fiscalizador do destino das verbas públicas e da legalidade dos processos de licitação para prestação de serviços no município. No entanto, a formação da mesa coordenadora do órgão, que se posiciona como independente, tem gerado controvérsias. O presidente da Aucib, Genivaldo de Jesus Azevedo, é presidente municipal do Partido Trabalhista do Brasil (PTdoB) e disputou as últimas eleições para prefeitura da cidade. O vice-presidente do órgão é o agente cultural e ativista Paulo Esdras, filiado à Rede Sustentabilidade, que também disputou o pleito para vereador. Por fim, o secretário é o ex-assessor parlamentar e ex-superintendente de trânsito de Brumado, Clidemar Amorim Risério (PDT), que nas eleições de 2012 concorreu a uma cadeira legislativa. O site Brumado Notícias fez uma rápida enquete para ouvir a opinião popular quanto à criação do órgão. “Penso que já temos o Ministério Público Estadual para fiscalizar as atividades dos setores públicos. Aí eu me pergunto se o objetivo da criação desse órgão, com seus representantes, é realmente fiscalizador ou se é apenas para virar uma vitrine promocional para as próximas eleições”, comentou o autônomo Rogério Alves.
“Tenho lá minhas dúvidas. No termo pejorativo, é como colocar macaco para impedir outros de comerem banana. Posso estar errado no meu modo de pensar, mas parece que todos estão de olho no mesmo cacho”, argumentou o estudante Ebert Hiancine. “Acho interessante a criação de um órgão dessa natureza, mas sua formação acaba que não agradando a opinião pública, pois se trata de pessoas já envolvidas no meio político. Eles podem apresentar muitas denúncias relevantes, mas com qual objetivo? A real transparência do uso da verba pública ou apenas se aparecerem para as urnas? Uma vez tão ligados ao meio político fica difícil dar o crédito para a natureza proposta pelo órgão. Pelos seus membros, penso que a Aucib já nasceu mais política do que independente como estão afirmando”, ponderou a técnica de enfermagem Lícia Nunes. Nossa reportagem também questionou o prefeito Eduardo Vasconcelos (PSB) sobre a criação e formação do órgão, mas ele preferiu omitir sua opinião. “Não tenho conhecimento sobre o real objetivo desse órgão, mas vamos esperar e deixa que o tempo nos mostre. Tomara que estejam dispostos a trabalhar e não atrapalhar o progresso de Brumado”, disse.