Pela segunda vez o brumadense Jossilei Ramos da Silva se sente injustiçado pela forma como são preenchidas as cotas no campus XX da Universidade Estadual da Bahia – Uneb, situado em Brumado. Ele prestou em 2012 e 2013 o vestibular para o curso de Direito através do sistema de cotas, mas não foi chamado em nenhuma vez, mesmo tendo boa colocação. O vestibulando acredita estar havendo uma fraude no sistema da instituição no campus XX. “Em 2013 eu fiquei em 22º e foram chamadas 21 pessoas, mas a questão é que entre esses chamados existem algumas que não se enquadram nos critérios exigidos para ser cotista”, denunciou. Os requisitos para fazer parte do sistema de cotas são: ter cursado o ensino médio em escola da rede pública de ensino, ter renda familiar bruta de até quatro salários mínimos e se autodeclarar negro. “Acredito que sete pessoas das que foram chamadas para o curso estão irregulares com esses requisitos. Duas eu tenho certeza da irregularidade porque suas rendas brutas são maiores que quatro salários”, apontou Jossilei ao site Brumado Notícias.
Silva já procurou o Ministério Público de Brumado e uma promotora já foi designada para o caso, mas ainda não se encontrou com o denunciante, pois está de licença maternidade. Mas antes mesmo de procurar por seus direitos através da justiça, Silva contatou a reitoria da Universidade, indo pessoalmente a Salvador. “Fui lá fazer a denúncia e tive informações que os papeis da minha reclamação foram enviados para Brumado desde abril, mas até agora nada foi definido e a direção da Uneb que não me deu nenhuma resposta. Já se passaram 190 dias desde a minha reclamação”, revoltou-se. Para Jossilei, a reitoria está fazendo vistas grossas sobre a denúncia e que somente não está estudando na universidade por causa da fraude. “Para a Uneb todo mundo agora é negro, mas o que se vê são pessoas utilizando de má fé para burlar a sua própria etnia, têm vergonha de dizer que é branco só para adquirir uma vaga numa universidade pública”, falou. Já encerrando a entrevista, Jossilei Ramos da Silva garantiu que não irá desistir de recuperar a vaga que considera como sua por direito. “Estou dentro dos critérios das cotas e vou buscar fazer justiça para ter a minha vaga. Já perdi dois semestres de 2013, e se for contar com as irregularidades de 2012, perdi então cinco. E agora, quem vai me ressarcir por esse tempo perdido?”.