O Instituto do Meio Ambiente (Ibama) e a Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) estiveram na mineração de urânio, em Caetité, a fim de investigar um suposto vazamento. A fábrica que o Programa Nuclear Brasileiro montou em Caetité para concentrar o minério extraído pelas Indústrias Nucleares do Brasil (INB) é considerada uma bomba-relógio, desde a sua construção pela Odebrecht e empreiteiras terceirizadas. De acordo com o site Eco Debate, os fatos mostram que a obra correu sem o rigor e a fiscalização técnica exigidas para manipulação de produtos de extrema periculosidade, como é o caso do urânio. Isto explica, em parte, os vazamentos em série, de licor ou pó radioativos, ocorridos na unidade de concentrado de urânio da INB.
As causas apontadas estão entre a insegurança técnico-operacional, irresponsabilidade gerencial, inadequação da estrutura da planta industrial e equipamentos obsoletos. Em abril de 2000, milhões de litros de licor de urânio vazaram para o solo. Os problemas são conhecidos pelos órgãos fiscalizadores da atividade nuclear desde sempre. Documentos oficiais da CNEN e do Ibama relatam falhas não resolvidas pela INB. Desde 2004, fiscais da CNEN já apontavam as possibilidades de contaminação do lençol freático. Aliás, muito antes, o Estudo de Impacto Ambiental indicava o risco de contaminação das águas superficiais e subterrâneas, entre os prejuízos que a mineradora traria para a região.