A incidência do câncer de mama gestacional é “baixa” mas, nos últimos anos, especialistas no tema observaram um aumento no número de casos associados "provavelmente" ao atraso na idade para a ter a primeira gravidez, ou seja, passando dos 30 anos. Esse é o resultado de um estudo do Grupo Espanhol de Pesquisa em Câncer de Mama (Geicam), apresentado este mês no Congresso da Sociedade Europeia de Oncologia Médica em Copenhague, na Dinamarca, que conclui ainda que a metade dos casos de câncer de mama gestacional - em grávidas ou no ano seguinte à gravidez - é do tipo basal, o mais agressivo e difícil de tratar. De acordo com os pesquisadores, esta análise - que teve a participação de 70 pacientes - ajuda a aprofundar as investigações sobre as possíveis causas que levam a gravidez nestas mulheres a se tornar uma condição biológica propícia para o desenvolvimento destes tumores. O trabalho se centra na identificação de perfis de expressão genética associados especificamente ao câncer de mama gestacional, já que, para os pesquisadores, o aumento do conhecimento biológico e molecular desta patologia tem um grande interesse. Em declarações à Agência Efe, o principal pesquisador do estudo, o oncologista Juan de la Haba, explica que qualquer tecido humano é formado por células que alcançam amadurecimento e é então que seu DNA fica “muito mais seguro e resistente” a danos que pode ocasionar o surgimento de um câncer.