Após sentir fortes dores de cabeça, perder temporariamente o movimento de uma das mãos e pernas e esquecer como realizar ações básicas, a universitária Juliana Bardella, de 22 anos, foi internada em um hospital de São Paulo, onde permaneceu por 15 dias - três deles na UTI. A jovem foi diagnosticada com trombose venosa cerebral devido ao uso prolongado de pílula anticoncepcional. Embora o risco do problema devido ao uso de contraceptivos orais, em especial os que contém o hormônio drospirenona, seja conhecido, as pacientes ainda são pouco alertadas. Juliana tomou o anticoncepcional Yaz, da Bayer, durante cinco anos. Segundo o ginecologista Eduardo Zlotinik, todo método hormonal tem impacto na coagulação sanguínea, aumentando o risco de trombose. Os hormônios da pílula interferem no sistema circulatório da mulher de diversas formas. O composto aumenta a dilatação dos vasos, a viscosidade do sangue e, consequentemente, a coagulação. Com essas alterações, é possível que sejam formados coágulos nas veias profundas, localizadas no interior dos músculos. Em geral, os coágulos se formam nas pernas, mas podem se alojar nos pulmões, formando um bloqueio potencialmente fatal, ou ainda se mover para o cérebro, provocando um acidente vascular cerebral (AVC).