A seca que assola o sertão baiano afeta também um dos maiores produtores da cadeia alimentar. As abelhas, produtoras de mel, perdem a força de produção com a falta de chuva, pois, sem água, as plantas não florescem e, sem as flores, as abelhas não possuem o néctar que produz o mel. Em Brumado, os pequenos produtores de mel têm sentido a dificuldade do período de estiagem. O site Brumado Notícias visitou a pequena fazenda de mel do apicultor João Bonfim, popular João do Mel, no povoado Baixa das Baraúnas, localizado à margem da BR-030, na comunidade do Rodiador. Com maquinário próprio, o apicultor, que mantém mais de 300 mil abelhas africanas em sua propriedade, disse que o período pode ocasionar uma queda na produção anual do alimento. Segundo ele, em média, essa produção fica na casa dos 3 mil/kg, o que muito tem colaborado com a renda familiar.
No entanto, além do período de estiagem, João do Mel aponta a falta de investimento e incentivo por parte do poder público, tendo como agravante o abandono do que seria uma casa do mel para a região. O imóvel, construído na metade do segundo mandato do governo Jaques Wagner (PT), ainda não foi concluído. Nossa reportagem apurou que os recursos para a obra foram conquistados através da extinta Ebda. Como o órgão deixou de existir no atual governo, o empreendimento ficou abandonado, sem previsão para retomada e conclusão das obras. Nossa reportagem apurou ainda que outro agravante seria a reprovação técnica para o funcionamento da casa do mel, uma vez que a propriedade teria sido construída em área irregular, próximo a residências e a estrada de acesso da comunidade. O apicultor afirmou que com a casa do mel os produtores teriam melhores condições de produzir e armazenar o alimento. “Só temos a lamentar, pois nossa cultura do mel é muito bonita e dá mais sabor a vida. Espero que nossos governantes ainda dêem atenção para essa obra e que possam ter dias melhores em nossa produção”, disse o apicultor.