Contando com o apoio da polícia militar, o delegado Orlando Quaresma conseguiu abortar o que seria uma fuga em massa de 34 presos da delegacia de Brumado. O fato ocorreu na tarde do último domingo (6). Em entrevista ao site Brumado Notícias, o delegado disse que apenas ele e uma funcionária estavam na delegacia, pois o outro policial de plantão estava em atividade fora do prédio. Segundo o delegado, eles só perceberam a tentativa de fuga quando os detentos já estavam chegando à recepção. “A funcionária correu e bateu o cadeado na porta de entrada e ficou do lado de fora, enquanto que eu subi a guarita e fiquei de prontidão com uma arma em punho. Consegui ligar para o delegado coordenador que acionou a polícia militar. Assim que o reforço chegou, os presos retornaram para as celas e a situação foi controlada”, relatou o delegado.
Quaresma afirmou que se sentiu ameaçado com a presença dos presos na recepção administrativa. “Não sabia se naquele momento eles possuíam algum tipo de arma, então vi a minha vida e da funcionária em risco”. A ação teve a participação de menores infratores que foram apreendidos na última semana. Foram eles que quebraram o cadeado da cela e, em seguida, abriram o portão de aço que dá acesso ao cadeião, dando passagem aos demais presos. Ao realizar revistas na carceragem, a polícia encontrou ferros que foram serrados das celas e cadeados, bem como vários buracos que os presos tentaram cavar na parede que dá acesso ao pátio do prédio. O juiz Genivaldo Alves Guimarães também esteve no local e conversou com os presos, mas não foi revelado o teor da conversa.
O delegado disse que, diante da situação, fica comprovado que é urgente a conclusão e funcionamento do Centro de Detenção Provisória (CDP) para o bem da segurança pública local. “Sem esse presídio, nem a polícia civil, nem a militar e nem o poder judiciário executam plenamente suas funções aqui em Brumado, pois os investigadores são obrigados a ficar retidos na delegacia para tomar conta da carceragem, enquanto há vários casos a serem elucidados. A polícia militar prende, mas, por não se ter o local adequado para manter os presos, a justiça é obrigada a dar liberdade e com isso os criminosos sentem a impunidade e voltam a praticar delitos”, desabafou o delegado. Após o ocorrido, os ferros foram novamente soldados e a administração do prédio conseguiu novos cadeados para substituir os que foram danificados.