Mensagens apreendidas pela Polícia Federal (PF) na Operação Lava Jato revelam que o ex-vice-presidente da Caixa e ex-deputado federal Geddel Vieira Lima (PMDB-BA) teria usado sua influência política para atuar em favor de interesses da construtora OAS dentro do banco público e também na Secretaria de Aviação Civil e junto à prefeitura de Salvador. Ex-ministro da Integração Nacional do governo Lula, Geddel atuou como vice-presidente de Pessoa Jurídica na Caixa entre 2011 e 2013. Atualmente, ele é presidente do PMDB na Bahia. Relatório da PF ao qual a TV Globo e o G1 tiveram acesso a uma série de mensagens trocadas entre Geddel e o ex-presidente da OAS Léo Pinheiro entre 2012 e 2014. O material foi apreendido pela Polícia Federal no celular do empreiteiro. À época, Pinheiro ainda estava à frente da construtora.
O ex-dirigente da OAS já foi condenado pela Justiça Federal, em primeira instância, a 16 anos e quatro meses de prisão acusado de cometer os crimes de corrupção ativa, lavagem de dinheiro e organização criminosa. Ele chegou a ser preso pela Lava Jato em novembro de 2014, mas, atualmente, está recorrendo da condenação em liberdade. As mensagens apreendidas no celular de Léo Pinheiro também mostram que Geddel usou sua proximidade com o ex-presidente da OAS para solicitar doações eleitorais para ele próprio – na eleição de 2014, quando foi derrotado na disputa por uma cadeira no Senado – e para candidatos do PMDB baiano. À GloboNews, Geddel Vieira Lima afirmou que não foram cometidas “irregularidades”. Em relação às negociações com a Caixa, ele disse que sua função era “atrair empresários para o banco”. Segundo o ex-deputado do PMDB, como Léo Pinheiro era um dos maiores empresários do país, o empreiteiro o procurava e ele o atendia “por telefone, mensagens e pessoalmente”. Geddel destacou que atuava da mesma forma com outros empresários. Sobre as doações eleitorais, o peemedebista ressaltou que, na época em que trocou as mensagens com Léo Pinheiro, era permitido financiamento privado de campanhas eleitorais. Em sua candidatura ao Senado, explicou Geddel, a OAS doou R$ 700 mil ao PMDB. No entanto, o dirigente baiano afirma que isso não significa irregularidades.