Os servidores da saúde do município de Brumado participaram de uma audiência na manhã desta quarta-feira (16), na Câmara de Vereadores, onde foram capacitados para lidarem com os casos de uma doença rara conhecida como Mucopolissacaridose ou MPS. A audiência foi ministrada por Sandra Rodrigues Cifra Meira, enfermeira do laboratório Biomarinho, e Márcia de Oliveira, Presidente da Associação de Doenças Raras. As palestrantes esclareceram aos presentes que a Mucopolissacaridose ou MPS é descoberta ainda na infância e faz parte de um subgrupo das doenças de depósito lisossômicos (DDL), as quais pertencem ao grupo de doenças genéticas do metabolismo, causadas por deficiência de enzimas. Juntas, afetam cerca de 1 em cada 25.000 nascidos vivos por ano. Na MPS, existe a deficiência ou falta de uma determinada enzima nos lisossomos, o que leva ao acúmulo de glicosaminoglicanos (GAG), conhecida antigamente como Mucopolissacárides, nome que deu origem a patologia.
A doença causa várias deficiências físicas, como o famoso peito de pombo, dificuldade respiratória, alongamento dos membros, entre outros. Os glicosaminoglicanos são moléculas que possuem em sua composição açúcares que se ligam a uma proteína central. Essa molécula absorve água em demasia, adquirindo uma consistência viscosa, promovendo assim a lubrificação entre os tecidos, permitindo o deslizamento na movimentação entre eles. Essa diminuição de atrito entre os tecidos permite, por exemplo, o movimento das articulações ósseas. Esse acúmulo leva a disfunção na lubrificação dos órgãos causando danos progressivos. Em relatório apresentado durante a audiência foi apontado que no Brasil existem mais casos de Mucopolissacaridose do que se imagina, contabilizando 600 pessoas. Deste montante, há 40 casos confirmados na Bahia, sendo 02 no município de Brumado.