Após ter conhecimento do lançamento do edital de convocação para a seletiva do conselho tutelar de Brumado, a ex-conselheira Fernanda de Souza Matos se posicionou contra as prerrogativas do edital, apontando que o mesmo não revela aos candidatos a “verdadeira cara do abandonado conselho de Brumado”. Fernanda disse em entrevista ao site Brumado Notícias que resolveu se posicionar para alertar os candidatos quanto ao descaso no órgão. Segundo ela, “o conselho não tem uma estrutura adequada nem para os conselheiros e muito menos aos assistidos, pois a administração mantém um conselho de fachada, sucateado, que foge das prerrogativas legais para seu o funcionamento”. Ela ainda acrescentou que “acharam um lugar vazio e lá jogaram o conselho, o local fede”. A ex-conselheira declarou que com as novas regras para o exercício da função a secretaria de desenvolvimento social estaria mais à procura de robôs para controlar suas ações, do que de humanos para a prestação de serviços.
Fernanda denuncia que o trabalho no conselho local precisa de pessoas com espírito abnegado para suportar não apenas o peso da função, mas principalmente a perseguição por parte da administração, que, segundo ela, escraviza seus conselheiros com grande carga extra de horas de serviços sem remuneração. “Se estamos trabalhando extra, mais que o horário de expediente estipulado no edital, e sem sermos devidamente pagos, considero isso um trabalho escravo. Quem vira conselheiro perde o direito a própria vida, pois passamos mais tempo a serviço do órgão do que para nós mesmos. Nem horário de almoço o conselheiro tem. Para ser conselheiro tem que ter amor a função, mas em Brumado, além do amor, precisa de sangue frio para suportar as mazelas e perseguição da administração pública”, disse a ex-conselheira, que há um mês abandonou o órgão, restando apenas três conselheiras para atender a demanda de toda a cidade.