O Banco Central previu ontem pela primeira vez que o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) vai encerrar 2015 acima do teto da meta, de 6,5%. Além disso, a autoridade monetária indicou a expectativa de retração no Produto Interno Bruto (PIB), como já projetado pelo mercado financeiro. Mesmo com a produção e a renda no chão, os preços deverão subir 7,9%, bem acima do limite máximo de 6,5%, consideradas as previsões de mercado para a variação dos juros e das cotações do dólar até dezembro. Trata-se de uma combinação rara de resultados ruins. Houve apenas três quedas anuais do PIB desde os anos 1990, excluídas as projeções para 2014 e 2015. Segundo o Relatório de Inflação do primeiro trimestre, divulgado ontem, a inflação oficial deve ficar em 7,9% este ano, 1,8 ponto percentual superior à do relatório anterior, divulgado em dezembro. Para 2016, a previsão é que o IPCA encerre o ano em 4,9%. Para o primeiro trimestre de 2017, a projeção é 4,7%. O relatório destaca ainda que no cenário de mercado as projeções indicam inflação de 7,9% em 2015, 5,1% em 2016 e 4,9% no primeiro trimestre de 2017. Com relação à política monetária, o Copom (Comitê de Política Monetária) do BC reafirma que “a inflação se eleva no curto prazo e tende a permanecer elevada em 2015”. O relatório divulgado e as declarações de seus dirigentes indicam que o BC voltará a elevar sua taxa de juros, hoje em 12,75% anuais. Em entrevista, o diretor de Política Econômica, Luiz Awazu, repetiu que as medidas tomadas até agora não foram suficientes, além de enfatizar a intenção de cumprir a meta em 2016. As dúvidas se concentram na intensidade da elevação. O BC prevê retração de 0,5% da economia em 2015. O BC prevê uma retração de 0,5% da economia em 2015. Para o PIB de 2014, a previsão da autoridade monetária foi revista, de alta de 0,2% para retração de 0,1%.
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