Segundo levantamento feito pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância - Unicef, no mundo, quase 750 milhões de pessoas têm dificuldades em obter água adequada para o consumo - 90% está em áreas rurais e os cidadãos mais pobres e marginalizados são os que mais sofrem com a privação de água. Quando se trata da população que não tem acesso ao esgotamento sanitário, esse número cresce e chega a 2,5 bilhões de pessoas. Sobre o Brasil, o relator especial para o Direito à Água e ao Saneamento, Leo Heller, acredita que o país tem avançado de forma importante, com água e saneamento incluídos nas políticas públicas. "Existe cerca de 40% da população (brasileira) ainda sem acesso que possa ser considerado adequado ao abastecimento de água e cerca de 60% sem acesso adequado ao esgotamento sanitário”, destacou o relator da ONU. Ainda de acordo com o relatório do Unicef, Moçambique, República Democrática do Congo e Papua Nova Guiné são os únicos três países onde mais da metade da população não têm água potável para beber. Para as crianças, a falta de acesso à água pode ser trágica, porque quase mil morrem todos os dias por complicações da diarreia, ligadas à falta de água potável, saneamento precário e baixas condições de higiene. Na África, os moradores do continente perdem 40 bilhões de horas por ano andando para poder buscar água. China e Índia são outros dois países onde uma grande parcela da população não tem acesso à água pura: 112 milhões e 92 milhões, respectivamente. O Unicef lembra, no entanto, que no mundo, 2,3 bilhões ganharam acesso a fontes seguras de água desde 1990.