O Rio São Francisco, o Velho Chico, chegou ao ano de 2017 com o mais baixo volume em 513 anos de história. O manancial enfrenta uma espécie de sentença de morte. Estudo inédito realizado pelo Corpo de Engenheiros do Exército dos Estados Unidos e pela Companhia do Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e Parnaíba (Codevasf) revela que o leito do rio recebe por ano 23 milhões de toneladas de sedimentos, da nascente na Serra da Canastra, em Minas, à foz no Oceano Atlântico, entre Alagoas e Sergipe. Para fazer frente a essa realidade, o estudo propõe medidas controversas, que incluem a transposição de águas de outras bacias. O diagnóstico aponta ainda que o soterramento do rio tem como uma das principais causas a ação humana, especialmente o desmatamento. De acordo com o Notícias da Lapa, os impactos causados pelo crescimento dos grandes empreendimentos do agronegócio na região também têm influenciado no volume de chuva, atingindo diretamente o lençol freático e diminuindo a vazão de forma drástica dos rios Corrente, Grande, Carinhanha, que são as veias principais do São Francisco na Bacia. Sem chuvas e com perspectivas nada animadoras, a revitalização do Rio São Francisco aparece como única saída para dar segurança hídrica à região.